Os perigos do uso de metáforas ao ensinar os jovens sobre sexualidade
Há vários anos coletamos centenas de histórias pessoais dos jovens adultos na Igreja nos contando como aprenderam sobre a sexualidade. Ficamos intrigados com a frequência que os jovens relataram que seus pais e líderes da Igreja usaram lições com objeto para ensiná-los sobre a lei da castidade.
Metáforas que dão ênfase no medo
Estamos confiantes de que os indivíduos que usaram esses tipos de metáforas eram pessoas bem-intencionadas, que só estavam tentando impressionar um conceito importante na mente dos seus ou alunos. No entanto e apesar das boas intenções dos professores, ouvimos repetidamente que tais lições causaram na maioria dos ouvintes sentimentos de medo e ansiedade e para receber outras mensagens negativas não intencionais sobre sexualidade. Isso é lamentável, porque o Senhor ensinou que “se estiverdes preparados, não temereis” (D&C 38:30). Ele não disse, “se fordes temerosos, estareis preparados”.
Um retrato negativo da intimidade sexual
As metáforas com ênfase no medo tendem a desencorajar um diálogo aberto entre jovens e seus pais sobre a sexualidade. Muitas vezes nesse contexto, os jovens sentem que se fizerem perguntas ou mostrar algum interesse no tópico, podem ser taxados de “ruins” ou “mente suja”. Assim, não deveria nos surpreender quando jovens recorrem aos amigos, à mídia ou outras fontes externas para aprender sobre questões sexuais — fontes que muitas vezes não estão em harmonia com os valores do evangelho. A experiência pessoal deles no aprendizado da sexualidade torna-se então mais reservada, e eles recorrem à leitura de livros de anatomia, assistir a programas de TV ou fazer pesquisas na Internet, sob um manto de sigilo, vergonha e constrangimento. Isto, claro, é o oposto do que devemos procurar alcançar como pais.
Metáforas sobre abstinência
Elas transmitem uma mensagem de “vale a pena esperar” aos jovens, na qual o sexo é retratado como um aspecto positivo da vida quando praticado dentro do contexto do casamento. Por alguma razão, muitas metáforas sobre abstinência envolvem comida apetitosa. Um biscoito, um lindo bolinho e assim por diante.
Agora, você pode estar se perguntando qual é o problema com tais metáforas sobre abstinência. Apesar das imagens atraentes, a falha com essas lições com objeto é que estão enraizadas no que eles não conseguem ensinar em vez do que ensinam. Estão apenas parcialmente corretas, porque são metáforas incompletas.
A castidade é vista como simplesmente uma questão física
Embora os comportamentos sejam parte importante da lei da castidade, eles não são o cerne da lei. A castidade e a virtude são o cerne da lei, tornando mais uma questão espiritual que primeiro deve ser abraçada em nosso coração e nossa mente antes de ser expressada em nosso comportamento.
Simplificando, os porquês do sexo no casamento importam mais do que os o quês do sexo. A castidade não está relacionada a quando o sexo acontece; mas sim por que ele acontece. Esperamos que, no casamento, o sexo seja feito pelos motivos certos, mas que requer uma compreensão mais profunda e mais completa da sexualidade de modo saudável — na qual os cônjuges nunca são comparados a um biscoito!
Castidade vista simplesmente como uma questão individual
Precisamos ajudar nossos filhos a entender que o propósito divino da intimidade sexual é unir os cônjuges e reforçar o vínculo conjugal; não devemos simplesmente ser castos por ser castos. A intimidade está ligada ao “compartilhamento de vulnerabilidade”, em que as pessoas se revelam umas às outras e sentem cuidadas em suas interações. Este tipo de revelação acontece em relações onde parceiros podem falar, compartilhar e revelar coisas uns aos outros bem como estar fisicamente próximos uns com os outros. Então, quando falamos sobre a intimidade sexual e a castidade, deveríamos pensar em comportamentos de relacionamento em geral — não apenas nos comportamentos físicos geralmente definidos como regras pessoais ou padrões.
Uma nova metáfora
Você pode estar pensando, Então, quando é adequado usar uma lição com objeto? Qual seria a melhor metáfora para ensinar corretamente sobre sexualidade? Não usar nenhuma lição com objeto!
Os jovens nos informam com frequência que seu grande desejo é ter seus pais e líderes que falam com eles abertamente — e tudo — sobre sexo. Em suma, não há nenhuma metáfora adequada para comparar sexo porque o sexo é a metáfora! Então em vez de perguntar “Que partes da vida podem ser comparadas ao sexo?” podemos perguntar “Como o sexo nos ajuda a compreender melhor outras partes da vida?” — especialmente no nosso discipulado e progresso fiel como indivíduos, casais e pais.
Fonte: LDSLiving
Carta aos jovens mórmons sobre sexo e o que eles precisam entender
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