O que Helamã 5:12 nos ensina sobre fortalecer relacionamentos

18 de agosto de 2020 Redação

Nunca esquecerei de quando me mostraram o gráfico do triângulo do relacionamento. Você já deve ter visto. É algo bem simples, mas por alguma razão nunca me esqueci disso. Se um casal (ambos posicionados na parte inferior de dois cantos do triângulo) está focado em se aproximar de Deus (o ponto superior do triângulo), os dois vão se aproximar um do outro no final das contas.

Descobri que o mesmo se aplica a muitos outros relacionamentos presentes nas nossas vidas. Seja entre amigos, na missão ou dentro de uma família, se duas pessoas estão tentando se aproximar de Deus, seu relacionamento também será fortalecido.

Quando servi como missionário de tempo integral, aprendi um conceito semelhante em uma escritura bem conhecida: Helamã 5:12 – e, sem dúvida, o versículo mais conhecido da lição desta semana do Vem, e Segue-Me.

A escritura fala sobre construir um alicerce “sobre a rocha de nosso Redentor, que é Cristo, o Filho de Deus […] para que, quando o diabo lançar a fúria de seus ventos, sim, seus dardos no torvelinho, sim, quando todo o seu granizo e violenta tempestade vos açoitarem, isso não tenha poder para vos arrastar ao abismo da miséria e angústia sem fim, por causa da rocha sobre a qual estais edificados, que é um alicerce seguro; e se os homens edificarem sobre esse alicerce, não cairão.”

Esta escritura pode estar se referindo à nossa vida quando fala sobre construir um alicerce seguro em Cristo, mas acredito que muitos aspectos diferentes de nossas vidas exigem um alicerce, e em cada caso, construir um alicerce em Cristo é a melhor ideia.

Por exemplo, quando se trata de relacionamentos, o triângulo também pode ser aplicado a esta escritura. Se duas pessoas constroem um relacionamento sobre o alicerce em Cristo, elas não podem cair. A parte mais difícil aqui é que ambos devem optar por construir sobre essa base, mantendo-se comprometidos um com o outro. Se o fizerem, estarão em terra firme, pois “se os homens edificarem sobre esse alicerce, não cairão”.

Esta escritura nos ajuda a saber sobre em que (ou quem) nosso testemunho deve ser construído: nosso Redentor. Não podemos verdadeiramente ser convertidos ao evangelho se não O amarmos e confiarmos Nele. A verdadeira conversão significa querer construir nossas vidas sobre Sua rocha, de maneira que nos tornamos mais dispostos a fazer promessas ou convênios com Ele.

Ao lermos o Livro de Mórmon, é minha esperança que sempre procuremos o Salvador em seus versículos. Na sessão das mulheres da conferência geral de outubro de 2018, o Presidente Nelson fez esta promessa depois de estender um convite à nós:

“Ao lerem, incentivo-as a marcar cada versículo que fala do Salvador ou que se refere a Ele. Então, tenham a intenção de falarem de Cristo, regozijarem-se em Cristo e pregarem sobre Cristo com sua família e seus amigos. Vocês e eles se aproximarão do Salvador por meio desse processo. E mudanças, até mesmo milagres, começarão a acontecer.”

Nosso coração

Algo que sempre gostei nos capítulos 1-6 de Helamã são as várias referências ao coração.

Em Helamã 2, lemos que o servo de Helamã “se inteirou das intenções de Quiscúmen” e que ele desejava matar Helamã. O servo “apunhalou Quiscúmen no coração.” Sabemos que os corações das pessoas que pertenciam à Igreja de Deus foram purificados e santificados, “santificação essa resultante da entrega de seu coração a Deus” em Helamã 3:35. Mas em Helamã 3:36, começamos a observar um “excessivo orgulho” que se apoderou “do coração do povo.” Mais tarde, em Helamã 4:12, vemos que esse orgulho levou à transgressão. E em 5:24, quando Néfi e Leí estão cercados pelo fogo, lemos que “seu coração encheu-se de coragem.”

Ao longo do livro de Helamã, referências e menções à palavra ‘coração’ aparecem com frequência. Essa é a primeira parte do corpo que Satanás ataca. Mas por que atacar primeiro o coração?”

Isso parece ser algo que o nosso profeta, o Presidente Russell M. Nelson, se preocupa bastante—a condição de nossos corações. Como um cirurgião de renome mundial, o Presidente Nelson entende muito sobre corações, e em um vídeo publicado pela Igreja em 2011, ele advertiu que, como profetizado em Lucas 21, nos últimos dias o coração dos homens falhará. “O coração dos homens está falhando, e o das mulheres também, porque se esquecem de sua identidade e seu propósito”, disse o Presidente Nelson.

Quando eu estava no Centro de Treinamento Missionário, escutei um discurso do qual nunca me esqueci. Contaram que uma vez visitaram um país estrangeiro onde, em vez de se cumprimentarem com “Como estão?”, perguntavam: “Como está o seu coração?”

Estes capítulos de Helamã nos lembram de nos preocuparmos com a situação do coração, tanto o nosso quanto dos que estão ao nosso redor.

Os frutos do evangelho

Na leitura desta semana do manual Vem, e Segue-Me, o Élder Jeffrey R. Holland disse: “Vocês têm mais fé do que imaginam, graças ao que o Livro de Mórmon chama de ‘a grandeza das evidências’ (Helamã 5:50). (…) Os frutos de se viver o evangelho são bem evidentes na vida dos santos dos últimos dias, em toda parte” (“Eu creio, Senhor”, A Liahona, maio de 2013, p. 94).

Sempre fui um grande fã de experiências. É por meio da experiência com um princípio do evangelho que nossos testemunhos sobre tal princípio são fortalecidos. Nunca esquecerei de quando era um missionário e pedi a um aluno do ensino médio para compartilhar uma experiência que ele tinha tido com o jejum.

Ele respondeu: “Qual delas? Tenho muitas.” É por isso que em Malaquias 3, o Senhor disse: “E provai-me nisto.” Se há um princípio do evangelho que você quer ter um testemunho mais forte, tente viver o princípio primeiro e esperar para ver as bênçãos em sua vida.

O Presidente Henry B. Eyring é um grande exemplo de buscar “a grandeza das evidências.” Em seu discurso da conferência geral de outubro de 2007, ele disse que todos os dias, durante anos, ele perguntou a si mesmo: “Vi hoje a mão de Deus se estender sobre nós, nossos filhos ou sobre a família?”

“Ao relembrar o dia, via evidências do que Deus fizera por algum de nós e que eu não reconhecera nos momentos mais atarefados”, disse o Presidente Eyring. À medida que isso ocorria — e era frequente — percebi que esse esforço de memória permitira a Deus mostrar-me o que Ele realizara.”

Como o Élder Holland também disse, “Os frutos de se viver o evangelho são bem evidentes”, nós apenas temos que procurá-los.

Firmeza e constância

Esta semana, li uma história de David Butler. Ele compartilhou que quando se casou com sua esposa, que é uma talentosa corredora, eles fizeram um acordo: ele iria correr uma maratona de 42 km e depois da maratona ele nunca mais teria que correr novamente.

Antes de treinar para a maratona, a maior distância que ele havia corrido era 5 km, mas mesmo assim ele conseguiu! Ele treinou, e no dia da maratona, seu avô deu-lhe um conselho que pode ter sido simples demais: “basta colocar um pé na frente do outro.” Ele achou o conselho um pouco engraçado, mas o conselho de seu avô permaneceu em sua mente não somente durante toda a corrida, mas também durante toda a sua vida desde então.

A explicação de Mórmon para o porquê dos lamanitas serem mais justos do que os nefitas foi categorizada por duas palavras—firmeza e constância. Seria um elogio ser descrito como alguém firme na fé”, explica David, conectando sua experiência à escritura encontrada em Helamã 6:1.

Parece alguém forte e comprometido, cuja devoção é inabalável. Mas por quanto tempo? E se durar apenas um ano? A firmeza na fé é uma coisa maravilhosa, mas só é poderosa quando combinada com a constância. A firmeza pode ser definida como alguém que está disposto a percorrer um longo caminho. Alguém se comprometeu a colocar sempre um pé à frente do outro. Para mim, isto é o que caracteriza discípulos leais e consistentes. Sua constância é a razão pela qual são firmes.”

Simplesmente colocar um pé na frente do outro enquanto buscamos caminhar em direção a Cristo, para construir nosso alicerce Nele, resultará em uma “grandeza de evidências.” Nossos corações serão mudados e com isso, nossas vidas e nossos relacionamentos irão melhorar. À medida que continuamos confiantes e firmes, como o alicerce sobre o qual estamos construídos, descobriremos que somos melhores do que pensamos que somos e que Deus está mais presente do que imaginamos.

Fonte: LDS Living

Relacionado: