Élder John Groberg fala sobre o crescimento da Igreja em Tonga e o poder da obra missionária no mundo
Elder John Groberg, um jovem missionário que chegou em Tonga pela primeira vez em 1953, não poderia imaginar que aquela pequena nação das ilhas e seu povo teriam um impacto tão grande em sua vida e na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Élder Groberg é uma autoridade geral emérita e é muito conhecido por sua história como “Kolipoki“, o missionário que tem sua história registrada no livro “Into the Storm” e o filme “Do Outro Lado do Céu.” O filme recentemente ganhou um continuação. Confira o trailer em português:
Atualmente, quase sessenta e seis anos depois – apesar de ainda parecer um pequeno ponto no mapa, – Tonga possui a maior taxa per capita de membros da Igreja do que qualquer outro país do mundo e, como Elder Groberg disse, o poder da obra missionária neste lugar continua além de sua imaginação.
“Eu acho que isso mostra que qualquer coisa é possível para o Senhor”, disse Elder Groberg, agora uma autoridade geral emérita durante uma entrevista para o Church News.
“Com o passar dos anos, ao ver a influência causada à medida que a Igreja se torna cada vez mais forte e a medida que as pessoas se tornam cada vez mais fiéis… eu penso sobre o que Joseph Smith disse sobre como o evangelho encheria a América do Norte e do Sul – e todo o mundo – e isso me faz perceber que isso pode e irá acontecer porque eu vi isso em uma escala muito menor”.
Em seus primeiros 13 meses em Tonga, na ilha de Niuatoputapu, teve como companheiro o tonganês nativo Feki Po’uha. Elder Groberg recorda que batizou somente sete pessoas.
“Mas é maravilhoso para mim como cada uma dessas sete pessoas continuaram ativas,” disse.
Ao refletir sobre o crescimento da Igreja em Tonga e a propagação dos membros tonganeses ao redor do mundo desde o tempo que pisou pela primeira vez nas praias da ilha no Pacífico Sul, Elder Groberg afirma que “é algo maravilhoso de se observar à medida que os anos passam”.
Ao visitar Tonga há alguns anos, ele reencontrou Mele Vaveilha, um dos membros que ele e Feki Po’uha batizaram na ilha de ‘Eua.
“Ela e seu marido tiveram 12 filhos e basicamente todos eles serviram como missionários,” disse. “E ao ver sua posteridade – somente os de seu lado da família, por exemplo – agora contados em mais de cem, realmente mostra o poder da obra missionária através dos anos.”
O poder da obra missionária é o seu desenvolvimento através dos anos, disse. Especialmente quando cresce entre pessoas com um profundo respeito cultural por Deus.
Uma das coisas únicas sobre Tonga, percebeu Elder Groberg, é que eles sempre estiveram alinhados com Deus. Quando seu primeiro rei, George Tupou I, teve a oportunidade, na metade do século dezenove, de alinhar sua nação com uma das maiores forças mundiais – como os Estados Unidos, a Grã-Bretanha ou a Alemanha, – ele optou por alinhar o país somente com Deus. A tradição de colocar Deus em primeiro lugar continua em Tonga e com os membros tonganeses da igreja ao redor do mundo, disse Elder Groberg.
Gerações influenciadas pela obra missionária.
Para Tony Finau, um golfista profissional e membro da Igreja, descendente de tonganeses e samoanos, “o evangelho é tudo.”
“Eu fui criado desse jeito”, disse, refletindo a influência que a Igreja e a obra missionária têm nele e em sua família através das últimas gerações. “Meus pais me criaram no evangelho e meus avós eram pioneiros muito fiéis na Igreja. Eu me sinto grandemente abençoado por causa da fé de todos os meus antepassados”
Com muitos membros cujos antepassados são nativos das ilhas do sul do Pacífico, Tony encontra forças nas histórias de como eles se sacrificaram para ter o evangelho em suas vidas.
“Eu tive que receber meu testemunho por mim mesmo, mas ter meu testemunho fortalecido por meus avós e meus pais me ajuda a continuar,” disse. “Me impressiona ouvir e ver meus avós orarem. Eu vejo quão fiéis eles são, o forte legado das gerações anteriores que me faz ser mais humilde e que é uma benção grandiosa para mim.”
Tony foi criado Rose Park, Utah, e lembra de ouvir muitas histórias sobre seus antepassados das ilhas. Mas, entre suas favoritas está a história de seu tio-avô, Feki Po’uha e seu companheiro de missão, Elder Groberg.
“Feki faleceu antes de eu nascer, então nós só escutamos suas histórias. Vovó compartilhava muitas histórias sobre a fé dele” disse Tony ao explicar que sua avó por parte de pai, Mele Na’ati Po’uha era a irmã mais nova de Feki Po’uha.
“Definitivamente existe um legado de fé, começando com a vovó e sua família”, disse. “Então, ter um legado de fé dos meus antepassados e entender o que eles sacrificaram me permitiram ter o evangelho em minha vida… isso é muito, muito importante para mim.”
E todos nós começamos pela obra missionária, disse. “Entender a história de Kolipoki e Feki, o impacto que eles tiveram nas ilhas, o que a obra missionária tem feito por mim – e então para todas as pessoas que foram batizadas na igreja e que entendem o evangelho – é uma bênção enorme.”
Depois de escutar as histórias daquelas dois missionários durante sua vida inteira, Tony disse que estava com sorte por finalmente conhecer Elder Groberg – ou Kolipoki como era conhecido pelos tonganeses .
Tony disse que, há somente duas semanas, recebeu um e-mail de Elder Groberg, perguntando se Tony gostaria de ajudar a promover seu novo filme sobre o trabalho missionário em Tonga, “O Outro Lado do Céu 2: O Fogo da Fé”
“Ele sabia quem eu era por causa do golfe mas ele não sabia a ligação que eu tinha com Feki”, disse Tony.
Desde que percebeu essa conexão, Tony e Elder Groberg começaram a trocar e-mails e a se conhecerem melhor.
“Kolipoki é uma pessoa especial na comunidade tonganesa e especialmente para a Igreja em Tonga”, disse Tony, “Então ele é uma pessoa especial e para mim estar em contato com ele é especial”
Para Elder Groberg, disse ser fã de qualquer pessoa ligada a Feki Po’uha.
“Eu conhecia toda aquela família e eu gosto de todas as pessoas relacionadas com Feki,” ele disse. “(Tony) é um bom e sincero membro da Igreja e… é um bom exemplo do Salvador.”
Mesmo que Tony tenha se tornado um golfista profissional logo depois de se formar no ensino médio e, assim, nunca ter servido uma missão de tempo integral, ele percebeu que se esforça para levar consigo o legado da obra missionária de sua própria maneira, tendo como exemplo seus antepassados.
“Como uma figura pública, eu sinto minha responsabilidade… eu sinto que estou em uma missão para a vida inteira”, disse, considerando que foi uma decisão difícil para ele não servir uma missão de tempo integral quando a hora chegou. “Mas sabe, eu me tornei um jogador de golfe profissional e eu senti que o golfe foi a minha ferramenta para contribuir para a obra missionária e para me expressar para o mundo. Eu estou trabalhando na obra missionária ao ser um exemplo para as outras pessoas. Então eu acho que esta é a maneira que eu, diariamente, tento viver o evangelho e abrir as portas para a obra missionária.”
Trabalho missionário além da imaginação
Kolipoki se tornou uma presença frequente entre as vidas de muitos tonganeses, disse Elder Vai Sikahema, nativo tongano, jogador da NFL aposentado, recentemente apoiado Setenta de Área e que conhece bem Elder Groberg.
Como Tony, Elder Sikahema possui uma posição de certa notoriedade, disse, mas ainda assim, como muitos tonganeses ao redor do mundo, “ele somente é um grande exemplo de uma pessoa de fé”
Elder Sikahema tinha em torno de cinco anos de idade quando conheceu Elder Groberg pela primeira vez em quando este servia como presidente de missão em Tonga. Em 1967, Elder Groberg acompanhou a família Sikahema, assim como muitas outras de Tonga, para uma viagem para o templo de Hamilton na Nova Zelândia para que suas famílias pudessem ser seladas.
Como Elder Sikahema descreveu, existem muitas memórias daquela época que estão em sua mente e que o ajudaram a fortalecer sua fé e seu testemunho através dos anos.
Além do sacrifício que seus parentes fizeram para guardar recursos necessários para frequentarem o templo, Elder Sikahema disse que se lembra com detalhes do momento em que viu o templo pela primeira vez. Depois de dias viajando de barco, avião e ônibus para chegar na Nova Zelandia, seu pai o levantou para ver por cima da multidão dos membros que estavam com seus rostos prensados contra as janelas do ônibus para ver o templo a medida que se aproximavam dele.
“Eu passei por coisas incríveis e maravilhosas em minha vida,” lembrou, enfatizando que aquelas coisas maravilhosas aconteceram por causa de dois tipos de esforços fundamentais – primeiro, os sacrifícios que seus pais fizeram ao levar sua família para o templo, e segundo, seu próprio serviço missionário como um jovem rapaz.
“Todas as bênçãos que recebi em minha vida são o resultado, do que eu acredito ser, do trabalho missionário,” disse.
Elder Groberg e seu legado nas ilhas representam o poder que a obra missionária tem nos indivíduos e nas nações, adicionou.
“Kolipoki representa para mim os milhões de rapazes e moças que deixaram suas vidas para servir o Salvador,” disse Elder Sikahema.
“Existem profetas, apóstolos e autoridades gerais que como Kolipoki dedicaram suas vidas para certas pessoas. Mas se olharmos somente para o batalhão de membros normais da Igreja, eles são representados inúmeras vezes por pessoas que nunca falam nas conferências gerais e por quem você nunca ouviu falar. Eles são nossos filhos e nossas filhas, nossos sobrinhos e sobrinhas, nossos tios e tias e nossos avôs que fazem isso ano a ano, mês a mês, semana a semana e dia após dia.”
Isso é o que eu penso ser a obra missionária, disse
E para Elder Groberg, o crescimento da Igreja em Tonga nos últimos sessenta anos é um forte testemunho de como esse crescimento continuará no mundo inteiro.
“O poder e a influência do trabalho missionário está além de nossa imaginação,” afirmou.
Traduzido por Marie Sunaga. Esta é uma tradução do artigo publicado originalmente no site thechurchnews.com com o título “Tony Finau, Elders John Groberg and Vai Sikahema talk Church growth in Tonga and the power of missionary work worldwide”.
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