As bênçãos da perseguição contra nossa fé e religião
A verdade sempre sofre oposição. Satanás e seus seguidores produzem contendas e confusão. Em sua ferocidade incutem em homens de toda parte o desejo de destruir a obra de Deus.
A perseguição vem de diversos lugares. Pode ser a oposição de um membro da família, a ridicularização de amigos ou a zombaria de inimigos. Ela pode ser visível ou invisível, vinda dos espíritos iníquos e enciumados que desejam nossa completa miséria.
As escrituras mostram que os profetas e justos do passado sofreram grande perseguição. Nas palavras do Presidente John Taylor, na ocasião em que Joseph Smith e Hyrum Smith foram martirizados: “a maior parte dos ungidos do Senhor na antiguidade [selaram suas missões] e suas obras com o próprio sangue” (D&C 135:3)
Isso não quer dizer que nós, por guardarmos os mandamentos teremos que dar a vida. Entretanto, é-nos requerido ter o compromisso de assim proceder, caso Deus nos exija.
Reconhecer a perseguição
Algumas pessoas que conhecem o evangelho e entram na Igreja são descritas por Jesus na Parábola das Sementes como não tendo “raiz em si mesmo” e sendo de “pouca duração”, pois “chegada a angústia e a perseguição por causa da palavra, logo se ofende” e se afasta (Mateus 13:21).
Existem ocasiões de paz e calmaria na vida – em que a perseguição parece inexistir. Entretanto, devemos estar atentos nestes períodos para não sermos enganados e não nos esquecer do Senhor. Talvez até devamos nos arrepender com profunda sinceridade, afinal, Satanás não precisa perseguir os que estão ao lado dele.
Ao constatarmos a perseguição e seu perigo, temos apenas uma atitude prudente a tomar: confiar em Deus. Essa confiança pode tanto gerar uma atitude pacifista e de submissão quanto uma atitude combativa. Dependerá do que Deus nos ordenar. No primeiro caso, Alma, o pai, e seus seguidores “submeteram-se de bom grado e com paciência a toda a vontade do Senhor” (Mosias 24:15) – que, naquela ocasião, significava uma perseguição implacável por parte de Amulon e outros homens iníquos.
Existem ocasiões também que a perseguição deve ser combatida e eliminada. E é por isso que vemos Elias dando fim aos sacerdotes iníquos de Baal ou o Capitão Morôni condenando a morte que não se comprometesse com a causa da liberdade.
A perseguição pode levar a injustiças neste mundo
A história das escrituras e a história da Igreja nos ensinam que a perseguição é uma bênção. Mesmo a morte dos justos não impede a manifestação do poder de Deus. Vemos isso na dramática cena descrita no Livro de Mórmon: os justos foram queimados vivos junto com as escrituras. Amuleque não se conteve e disse a seu companheiro mais experiente:
“Como podemos testemunhar esta cena horrível? Estendamos, pois, a mão e exerçamos o poder de Deus que está em nós e salvemo-las das chamas.”
Pelo que Alma, o filho, respondeu com uma sabedoria celestial:
“O Espírito constrange-me a não estender a mão; porque eis que o Senhor as recebe para si em glória; e permite que eles façam isto, ou seja, que o povo lhes faça isto segundo a dureza de seu coração, para que os julgamentos a que em sua cólera os submeter sejam justos; e o sangue dos inocentes servirá de testemunho contra eles, sim, e clamará fortemente contra eles no último dia.” (Alma 14:10-11)
A perseguição é uma bênção
A perseguição nos dá experiência e maior entendimento sobre o Salvador (D&C 122:6-8)
A perseguição quando bem suportada no torna dignos de ser chamados discipulos de Cristo (1 Pedro 2:21)
A perseguição faz a Igreja crescer. O Presidente Brigham Young disse:
“Deixem-nos em paz e enviaremos élderes até os confins da Terra e reuniremos a Israel dispersa, onde quer que se encontre. Se nos perseguirem, faremos nossa obra mais depressa, pois naturalmente não somos diligentes quando não nos incomodam e acabamos dormindo, cochilando e descansando um pouco. Se nos deixarem em paz, faremos a obra missionária um pouco mais despreocupados; porém, se nos perseguirem, passaremos noites em claro para pregar o evangelho. (DBY, p. 351)
A perseguição nos faz progredir para salvação mais rapidamente do que progrediríamos sem ela. Brigham Young ensinou:
“Joseph não poderia ter sido aperfeiçoado, ainda que vivesse mil anos, se não tivesse sofrido perseguição. Se ele tivesse vivido mil anos, conduzido este povo e pregado o evangelho sem ser perseguido, ele não se teria aperfeiçoado tão bem como quando estava com a idade de trinta e oito anos. Pode-se presumir que quando esse povo passa por momentos de aflição e sofrimento, quando é forçado a abandonar o lar e sente-se desencorajado, disperso, agredido e esfolado, o Todo-Poderoso está levando Sua obra avante com maior rapidez. (DBY, p. 351)
Aqueles que sofrem perseguição terão glória e vida eterna. É essa a promessa feita no Sermão da Montanha (Mateus 5:10), e repedida muitas outras vezes nas escrituras (2 Néfi 26:8, 3 Néfi 12:10). O Senhor disse:
“E todos os que sofrerem perseguição pelo meu nome e perseverarem com fé, ainda que lhes seja requerido dar a vida por minha causa, participarão de toda esta glória.
Portanto, não temais nem mesmo a morte; porque neste mundo vossa alegria não é completa, mas em mim vossa alegria é completa.
Portanto, não vos preocupeis com o corpo nem com a vida do corpo; mas preocupai-vos com a alma e com a vida da alma.
E abuscai sempre a face do Senhor para que, em paciência, possuais vossa alma; e tereis vida eterna.” (D&C 101:35-38)